terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Os ataques a ANA de HOLLANDA e a TIBÉRIO GASPAR

Quando Gilberto Gil, baiano residente no Rio, assumiu o Ministério da Cultura, cercou-se de muitos conterrâneos, que obviamente faziam “defesas apaixonadas de sua gestão” e ninguém questionou isso. Na Funarte assumiu a presidência um mineiro, Antônio Grassi (outra vez neste cargo sucedendo o paulista Mamberti) e a direção do Centro de Música, a atual ministra Ana de Hollanda que exerceu cargos de gestão no Rio e em São Paulo onde residiu por muito tempo.

O Rio de Janeiro, por ter sido capital da nação, por ser a cidade maravilhosa que é, por sediar as principais gravadoras multinacionais e poderosas redes de comunicação, atraiu de todos os estados, músicos em busca de oportunidades para construir suas carreiras profissionais. Nem é necessário citar exemplos porque é uma lista interminável, tanto que se costuma dizer que “carioca” é um estado de espírito onde a alegria, a descontração e a convivência com a diversidade são as principais qualidades.

Mas eu nasci em Copacabana e tenho vários amigos nascidos na minha cidade, além de outros tantos queridos em todas as regiões. Isso nunca foi relevante,  mas agora é.

Gil ministro nos motivou a tratar de política para nosso setor e nos organizamos em fóruns de música, inicialmente em 17 estados, para a representação da sociedade civil na Câmara Setorial de Música. Rio de Janeiro e São Paulo decidiram que seus fóruns seriam compostos apenas por músicos (compositores, instrumentistas e cantores) entendendo que os outros setores já estavam bem representados. Isso detonou a ira de outros estados que não mobilizaram músicos de renome como os nossos e resolveram declarar guerra a São Paulo e Rio.

Com um discurso falacioso de exclusão, conseguiram voto unitário por estado, esquecendo-se que representatividade está diretamente ligada a quantidade de representados, que por uma questão demográfica, Rio e São Paulo evidentemente lideram. 

Não vejo no MinC a representação de cariocas natos, que por qualquer critério - cultural, populacional ou político- o Rio de Janeiro merece ter.

Em política como na vida, existem os ideológicos e os fisiológicos, os individualistas e os coletivistas. Os que querem o poder a qualquer preço e aqueles que criam ou ocupam entidades de classe para se beneficiarem pessoalmente. 

O que está por trás aos ataques histéricos ao ECAD, à ministra Ana de Hollanda e em 13/01/2012, na matéria do jornal “Estado de São Paulo”, também ao músico carioca Tibério Gaspar? Os que deixaram de receber quantias imensas de direito autoral por um critério errado que o Ecad adotava mas que foi corrigido. Os que temem perder as “boquinhas” que conseguiram na gestão anterior. E os que tem antipatia pessoal pela xará e por Tibério. Simples assim.