terça-feira, 9 de julho de 2013

RECURSO que enviei para a FUNARTE

Prezados Membros da Comissão de Seleção do Premio Funarte de Música Brasileira

É com surpresa que vejo meu projeto intitulado “PARCERIA” rejeitado no concurso de música brasileira da Funarte. A minha exclusão representa a exclusão de uma artista com bagagem e legitimidade para ter em DVD  seu trabalho reunido  para comemorar 40 anos  de carreira em 2015. 

Sinceramente, não é um discurso de quem não sabe “perder”, mas a indignação de quem sabe que merece ganhar se fossem usados critérios de premiar, além do valor artístico, a sobrevivência cultural e financeira de uma autora que como eu, sempre lutei por interesses da classe musical, sempre me expus defendendo-a, inclusive questionando as políticas públicas adotadas pelo Ministério da Cultura e a FUNARTE quando suas verbas privilegiam majoritariamente produtores e o poder econômico e não o núcleo criativo: autores, músicos e cantores que afinal, são os que produzem a obra de arte.

Só posso ver como uma retaliação política e tentativa de assassinato cultural. Porque do ponto de vista artístico, reunir no projeto parceiros como Francis Hime, Nilson Chaves, Claudio Nucci, Roberto Menescal, Juliana Caymmi, Heitor Branquinho, Fred Martins, Eudes Fraga e Flavio Oliveira do Salgueiro. E ter como intérpretes, Joyce Moreno, Ivan Lins, Eudes Fraga, Ângela Ro Ro, Claudio Nucci, Roberto Frejat, Leila Pinheiro, Juliana Caymmi e Zélia Duncan, deve no mínimo, ser um aval de qualidade ao meu trabalho autoral.

Quanto à capacidade de produção, está comprovada em meu currículo. Além do mais, o fato de ser a única mulher exclusivamente letrista atuante por 4 décadas confere ineditismo e originalidade ao trabalho proposto. 

Por todos esses motivos peço que seja reavaliada a pontuação referente ao meu projeto.

Rio de Janeiro, 4 de junho de 2013
Atenciosamente

Ana Terra

quarta-feira, 26 de junho de 2013

INTELIGÊNCIA DE ENXAME


“Quando uma rede disseminada ataca, investe sobre o inimigo como um enxame: inúmeras forças independentes parecem atacar de todas as direções num ponto específico, voltando em seguida a desaparecer no ambiente. De uma perspectiva externa, o ataque em rede é apresentado como um enxame porque parece informe. 

Como a rede não tem um centro que determine a ordem, aqueles que só são capazes de pensar em termos de modelos tradicionais podem presumir que ela não tem qualquer forma de organização – o que eles enxergam é apenas espontaneidade e anarquia. O ataque em rede apresenta-se como algo semelhante a um enxame de pássaros ou insetos num filme de terror, uma multidão de atacantes irracionais, desconhecidos, incertos, invisíveis e inesperados. 

Se analisarmos o interior de uma rede, no entanto, veremos que é efetivamente organizada, racional e criativa. Tem a inteligência do enxame.”

Texto do Livro MULTIDÃO de Antonio Negri – cientista social e filósofo italiano 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Participarei da Palestra sobre Direitos da Música

Dia 18 de abril - quinta às 19h
Faculdade Estácio de Sá
 Rua da Conceição, n.º 131, 13.º andar, Auditório, Centro - Niterói


quarta-feira, 3 de abril de 2013

VIVO DE MÚSICA

Este é um manifesto feito por quem vive de música. Para adicionar sua assinatura, envie uma mensagem de e-mail para



VIVO DE MÚSICA


Da mesma forma que em todos os países, nos juntamos para cobrar nossos direitos por ser impossível que cada um de nós saia por aí esmolando pelo que nos pertence. É a chamada gestão coletiva, que funciona em todo o planeta há  quase cem anos.

De tempos em tempos surgem  pessoas que parecem nos odiar e à nossa música. Propõem leis e medidas para nos prejudicar. Uma hora são senadores oportunistas, deputados e burocratas com ânsia de tomar para o Estado o controle do nosso negócio. A última e escandalosa tentativa deles é uma ação movida pelo cartel das televisões a cabo, de propriedade de alguns poucos poderosos que controlam os maiores grupos de mídia do mundo. Todos pagam para ter televisão a cabo, mas eles não querem pagar os direitos das músicas que executam.

Cientes que a Justiça brasileira está com o direito exclusivo dos autores, eles se dirigiram ao CADE, órgão do Governo que deveria coibir os cartéis. O CADE acaba de dizer que nós autores é que somos o cartel e não podemos nos associar para exercer nosso direito de cobrar o que nos é devido.

Não participamos do mercado que os economistas do CADE chamam de relevante e não há relação de consumo entre compositores e consumidores de TV por assinatura. Por esse motivo,  o Ministério Público apresentou um parecer para que o processo fosse arquivado.

A maioria dos autores brasileiros mal consegue sobreviver. O cartel das tevês a cabo fatura bilhões. Em 2012 foram 16,9 bilhões de reais.

É a favor dos bilionários que o CADE decide. Nós, com a música e o apoio dos compositores do mundo inteiro, resistiremos.  

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

AOS QUERIDOS CANTORES



Carta aberta da compositora ANA TERRA

Sou uma compositora profissional como tantos neste país.  Nosso ofício é criar. É dele que tiramos nosso sustento para continuar abastecendo de canções o mercado de bens culturais e simbólicos que vão alimentar as almas e os corações dos que amam música.

Sem os maravilhosos cantores que interpretam nossas obras, elas são apenas obras sem divulgação.  Mas também sem a obra musical não existe cantor.

Por isso peço encarecidamente em meu nome, e de meus colegas compositores, a máxima atenção quando preencherem o repertório que vão utilizar em cada show. E o valor do contrato ou da bilheteria. Trata-se de uma distribuição direta, ou seja: não é por amostragem.

É em cima dessa lista e desses valores declarados que receberemos nosso percentual de pagamento. Vale o que está escrito.

Nem todos, mas muitos desconhecem esse mecanismo e deixam a cargo de terceiros desinformados esta função.

Por favor, não encarem nosso direito autoral como despesa que pode ser cortada ou diminuída. Agindo assim, somos nós que somos cortados e diminuídos.

Não acredito que nossos queridos cantores nos queiram mal.