Depois de cruzar os céus com tuas roupas coloridas/
gastando as tuas palavras repetidas e sem fim/
retornas quase sem jeito aninhando o nó em meu peito/
morando mais um tempo em mim/
não há portas só janelas/
uma quase louca espera/
depois de deixar casas, ofícios e minha certa vida/
rasgando as santas palavras raspadas de mim/
olhares de espanto cego negando o sol que me deste/
cerrando janelas sem fim/ não existe hora nem porvir/
não há tempo se demoras/ pois só milagres vêm de ti.