Não me cabe fazer mais uma crítica ao filme diante de tantas tão bem feitas. Prefiro tecer em palavras os sentimentos que me vieram durante a sessão. A alegria de ver uma platéia de jovens admiradores do velho cineasta e saber que a equipe também era de jovens. Não que eu tenha problemas com a velhice, mas a outra opção é pior, rs. Eu gosto da vida com toda sua tenebrosa insensatez. A juventude sempre nos enlaça para recomeçar essa aventura e quando atendemos a esse chamado nos revigoramos. Essa magia de luz, sombra, música, cenografia, fotografia e interpretação de um diálogo primoroso entre duas mulheres sobre o casamento me encantou como uma dança inebriante. A dança da vida e da morte que nos conduz a partir do amor e do desamor. E da sua forma mais tradicional: o casamento. Uma caretice, um vício burguês, uma prisão? Muitos sim mas nem todos.
Meu querido Rô é um defensor e amante das mulheres, sempre a alçá-las ao altar da beleza, do erotismo, da grandeza. Mais que a cena, o cineasta desnuda-se ao mergulhar no universo feminino, incorporando ele sim, as personagens que criou, numa inversão louca que só aos grandes artistas é dado esse poder. Esse filme é uma aula de poesia. Uma aula de vida. Também para os jovens, afinal, o diabo não é sabido porque é diabo mas porque é velho.
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