segunda-feira, 7 de setembro de 2015

RESTOS - André Bolívar / Ana Terra

Quero fazer em cacos
o doce mal que sai da tua boca
cair e rodopiar no vácuo
da tua memória pouca
quero que tenhas força
para suportar os longos dias
quero correntes ferros quentes
nos porões da abadia
quero a poesia te arrancando o ar
dando puxões pra tropeçar
tapetes grossos caminhos tortos
pra te ver errar
água fervente mágoas frequentes
tantas torrentes pranchas para o mar
magos duendes lamentos dementes em vão
danos irreparáveis dores inenarráveis
disparo de arpão
quero que teu dom acabe
teu tear emperre
tramando apenas panos de chão
o fel desande tua ambrosia
pra te amargar
nunca mais doce teu coração vislumbre
toras intransponíveis na rua que atravesse
ventos e tufões te descabelem
arrancando fio por fio
lascas de unha te restem
apenas para arranhar tua pele
quero te saber uivando por mim
perdido e louco fora de si
e nenhuma benção chegue
nem perto da tua caverna úmida
nem nunca chegará ao inferno
porque este estará para todo o sempre
morando em ti.

2 comentários:

  1. Um escrito da dupla Ana Terra e André Bolívar é sempre um desafio.
    Creio que não haja leitor que pare para tentar saber quem escreveu o quê.
    Belíssimo este poema; cruel! Olha isso "Quero que teu dom acabe/ Teu tear emperre/Tramando apenas panos de chão. É viceral, Ana.

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  2. luiz fernando gappo costa14 de janeiro de 2018 às 00:41

    3 moiras cloto atropo e laquesis passado presente futuro iluminam o caminho do portador da propria alma com vestes de fogo laranja senhor do caminho atemporal planeta de deus vivendo um estagio humano inferior com a nudez expostaa mulher do presente esta consciente de sua mente pertencer ao espiritual outra com seios expostos representa seu passado espiritual antes de sua primeira encarnaçao e a outra com a adaga da morte esta com seus seios e esperalo no espiritual pos mortem a espada e a penetraçao de suas enormes tetas na sua vida eterna

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