sexta-feira, 15 de agosto de 2014

MEU BEM - III

Sim, meu bem, pode falar. Eu sempre te escuto mesmo estando em alto mar, ou no olho do furacão, nas asas de Pégasus ou na boca do vulcão. Pode sim, você sabe que manda em mim, mesmo quando eu digo que não, e a gente não sabe quem é mais mandão, se eu com minha calma ou você com sua aflição. Estou ouvindo, claro que entendo tudo o que diz ou cala, suas metáforas, enigmas , o que esconde ou fala, cabe a mim decifrá-las e assim te poupo das mentiras, das verdades, das falácias. Claro que sim, como não ia crer, que nos amaremos em todos os tempos e galáxias, e entre nós nunca haverá ninguém. Poetas não mentem, não é meu bem?


4 comentários:

  1. Poetas não mentem mas fingem...E fingem tão bem que acreditam no sofrimento ou na alegria que criam...Estou adorando essa série de textos. Sensacional. Parabéns.

    ResponderExcluir
  2. "Uma mentira sincera",Cynthia Porto! òtimo, como tudo que você escreve Ana Terra.Eu fã de suas letras, agora também aqui.

    ResponderExcluir
  3. Obrigada Cynthia e Glice, fico feliz. beijos

    ResponderExcluir
  4. Maravilha de texto. Um bom tanto de metalinguagem; em realidade um poema, repleto de rimas, respeitando uma métrica quê o torna ainda mais sonoro.
    A cadência da fala, de uma fala mansa que, inesperadamente e com a mesma mansidāo, enche-se de uma ironia fina, amarga como fel: "Poetas nāo mentem, nāo é, meu bem?"
    Ana, minha querida, eu quero morrer sua amiga! Bjs, Bjs

    ResponderExcluir