sexta-feira, 15 de agosto de 2014

MEU BEM - IV

Não, meu bem, hoje eu não vou. Porque talvez o vento sudoeste seja um sinal para ficar onde estou. Com alguma certeza, não muita, com alguma beleza, não tanta. Porque nem todos os dias a musa canta. Às vezes emudece e é só silêncio. Ela sente quando seu peito bate por outra. E mesmo sendo forte como pedra, seu coração desmorona. E mesmo sendo clara como água ela se afoga. Mas não desiste das palavras mudas porque delas se alimenta. E talvez um dia lá no fundo do poço você entenda. Que o amor de sua musa não é fantasia, não é lenda. Com seus olhos de planeta ela espera. O dia que seu dono será dela.


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