sábado, 28 de junho de 2014

O LUGAR DO GOLEIRO

Tanto quanto os homens, mulheres também gostam de ver corpos, e no esporte tem para todos os gostos. Eu tenho preferência pelos italianos, são tão belos que me peguei imitando aquele gesto meio automático dos homens de virar a cabeça para ver a bunda das mulheres, e quase dei com a cara num poste em Roma. Não gosto de esportes mas acompanho se meu companheiro gosta e fico feliz por ele quando seu time ganha. Não corto seu barato empunhando críticas políticas, psicológicas, filosóficas que não tem sentido para ele, só para mim que enxergo o mundo pelas lentes dos que se dedicam a pensar o mundo, esse é meu esporte favorito. E as palavras faladas são invasoras, ou tampamos os ouvidos ou damos um tiro na matraca, hipótese radical. A palavra escrita é recatada, só se expõe se o leitor a procura e pode interromper o conluio no momento que quiser. Por isso escrevo, porque sou silenciosa normalmente. 

Mas do futebol já se interpretou muito em comparações da rede com o útero materno e o gol como o retorno a esse lugar de paz para onde todos desejariam voltar. Eu complemento que é o confronto entre o yin e o yang, os princípios do feminino e masculino, presente em todos nós, em doses diferentes como aparece na sua imagem clássica. Ying é o princípio passivo, feminino, noturno, escuro e frio. Ele fica do lado esquerdo da esfera, na cor preta. Yang é o princípio ativo, masculino, diurno, luminoso e quente. Está representado pelo lado direito da esfera, na cor branca. São opostos e complementares. No futebol masculino, além dos homens, a violência, a força, o movimento indicam a claridade. Onde estaria a pitada de Yin contida no Yang? No goleiro. Ele está na posição passiva do receptivo e da defesa. E muitas vezes o passivo é quem vence, como foi Julio Cesar, esse príncipe,  na partida entre Brasil e Chile. 

Ana Terra 

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