Definitivamente o mundo não pode ser um campo de futebol onde estamos para derrotar o inimigo que carrega uma bandeira diferente da nossa e que assim também nos enxerga. A platéia de indivíduos reunidos como massa quando se dilui a consciência individual e entra em cena a sombra coletiva, inconsciente portanto,a projetar suas derrotas e vitórias pessoais nos pés, na voz, seja lá no que for, naquele que no momento está no centro da arena, nos retira a humanidade adquirida. Por outro lado, o mundo não existe a priori, é uma construção permanente de interação nossa com o mundo, isso nos afasta da confortável condição de que não temos nada com isso. Como nos ensinam, Maturana e Varela, biólogos chilenos que revolucionaram o pensamento científico, a evolução da vida não se deu pela competição e sim pela colaboração. A linguagem verbal só poderia ser inventada em torno de convenções, acordos tácitos, práticas interativas. Enquanto nossa alegria depender da negação do outro, estaremos perdidos.
Ana Terra
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir