Era uma noite em Ipanema na casa da filha que nos convidou. Sentou numa poltrona e nós em volta no chão. Era um homem bonito. Para mim que acho bonito homens com fogo nos olhos, doçura nas palavras e gestos largos que nos incluem. Era para mim um homem velho. Desses que transmitem sabedoria e não fraqueza. Era um homem bom. Desses que não duvidamos do que dizem. Era um homem corajoso, desses que fazem a gente acreditar no impossível.
Contava histórias dos pampas como se estivéssemos em volta de um fogo assando carne. A cuia de chimarrão imaginária passava de mão em mão. Contava histórias da infância , da juventude e de países europeus. Tinha crença apenas nas crianças porque os adultos já estavam perdidos. Sonhava alimentar todas com a melhor educação do mundo. Amava seu povo mestiço e sua nação. Não tinha a menor chance segundo estatísticas para chegar outra vez ao poder. Mas saímos dali dispostos a contrariar as previsões e fomos à luta. Vencemos.
O outro Rio o teve como seu comandante duas vezes. Pena que o Brasil não conseguiu fazer o mesmo. Saudades, Leonel Brizola .
O outro Rio o teve como seu comandante duas vezes. Pena que o Brasil não conseguiu fazer o mesmo. Saudades, Leonel Brizola .
Ana Terra/jan/2014
Seu texto carrega uma emoçao muito grande, embora contrariando o lirismo que estamos habituados a encontrar em todos os seus ecritos.
ResponderExcluirEste é talvez o mais objetivo e denotativo de todos os seus escritos de que tenho conhecimento.
interessante esse aspecto, Ana Terra.