quinta-feira, 20 de março de 2014

DILMA, a guerreira

Mal sabia quem era a Dilma quando Lula a lançou presidente. Não entendi, até saber que foi por uma qualidade: a lealdade. Mas ela é muito mais. Realmente me surpreendi favoravelmente a respeito dela que avalio como o melhor presidente que o pais já teve. É uma pessoa firme, honesta, e governa emparedada por esses políticos fisiológicos com quem teve que fazer alianças para governar e com parte da sociedade civil também corrupta que se não existisse, como os políticos poderiam ser? Não sejamos ingênuos achando que o poder é poder. Muito pouco se pode, mas dentro dessa realidade ela vem comendo pelas beiradas. E sinto nela o extremo conhecimento das injustiças do país e do mundo, motivo que a levou a ser guerrilheira, para mudar na marra o que o sistema democrático não permite porque a democracia ideal não existe, é a lei do mais forte, ou seja, do poder econômico. Ela não é corrupta, enriquecer não é sua ambição. Sua ambição é o poder político para mudar alguma coisa nas classes desprotegidas e isso ela tem feito. Eu sinto grande orgulho de ter ajudado a levar ao poder um operário e uma guerrilheira. Disso nunca vou arrepender. 

terça-feira, 11 de março de 2014

LUA DO MEIO DIA de Danilo Caymmi e Ana Terra

Lua do meio-dia

pé de vento
você que me faz água mansa de rio
você que me traz a enchente
o vazio o vazio

lua do meio-dia

calmaria
você que me deixa no fogo no frio
você água e vinho
você que desfaz o nó cego
o abismo
você que se vai e me deixa
caindo caindo
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GUARDADOS de Joyce e Ana Terra



Nos meus guardados guardo com todo cuidado

os retratos, os recortes, as lembranças da infância
convivendo lado a lado os vestidos sem decote
do primeiro casamento, da primeira comunhão
as coisas sem importância já sem cor e sem pecado
um pedaço de cabelo, um sorriso desbotado
uma chave que não abre, quadras, cartas sem resposta
um anel que já não cabe, um coração amassado

Nos meus guardados guardo com todo cuidado
o meu riso de criança como se fosse pecado
a paixão que ainda não tive sem começo e sem destino
quando se rasga eu remendo como se fosse um vestido
guardo o brilho dos meus olhos e a loucura que não fiz
esse ar que sempre falta na hora de ser feliz
guardo a beleza mais densa e a cicatriz mais sofrida
as coisas que ninguém pensa guardo pra mim minha vida


sábado, 8 de março de 2014