O amor de casal é antes de tudo uma crença. O que nos garante que aqueles beijos quentes, palavras carinhosas e gestos gentis sejam amor? Nada. Inclusive porque cada um sente o seu e jamais saberá como e quanto o outro sente. Alguns se dispõem mais a senti-lo porque não lutam contra o encantamento. Não preferem o limbo ascético do bastar-se a si mesmo mas o purgatório da alteridade.
O outro, que amamos e por quem nos deixamos amar, nos impulsiona na verdade para dentro de nós mesmos de onde escolhemos saltar para o inferno ou para o paraiso do relacionamento a dois. Se é passageiro ou eterno vai depender da quantidade de fé que os dois depositam nesse sentimento.
O grande amor recíproco tem duas faces como tudo. É libertação e servidão ao mesmo tempo, e sem uma não temos a outra. Como qualquer crença.
Ana Terra com seus antônimos vai tecendo a arte e a vida; tornando-as plenas, completas; libertação e servidão; inferno e paraíso; prazer e dor.
ResponderExcluirLindo, Ana Terra.
Perfeito, Ana!!! Gratidão por derramar o que vai em nossos corações, de maneira tão bela e verdadeira! Esta 'crença' tão bem-vinda, e infelizmente tão rara... nos alimenta corpo e alma. Eu ainda prefiro o encantamento... mas a dor de amar quem prefere "o limbo ascético do bastar-se a si mesmo"... talvez prevaleça, um dia... Feliz por vc, querida! Bons dias... Abraço forte!
ResponderExcluirParabéns! Ótima definição!
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