Caio dos céus
até virar as marés
 eu vou virando emoções.
Vivo a fluir,
não tenho  forma nem cor
eu vou pra onde eu vim, meu amor.
Se me detém 
eu sempre posso fugir 
jorrando aos borbotões.
Sei dos confins 
de tanta terra e raiz
que eu molhei e amei por aí,
do limo ao ipê.
Sou eu que uno os secos,
umedeço os seres, 
desço aos lodaçais.
Misturo corpos, almas, 
ergo os medos
ao prazer dos imortais.
No êxtase dos místicos,
nos líquidos dos sexos,
fluxo e refluxo, suor.
Todo parto é solidão,
lágrima d’Oxum,
gota a gota,
rio a rio,
é tão doce esse sal.
Ai de mim
carrego tanta dor
a dor dos ancestrais.
Só no fim meus filhos terão paz
assim tão lindos no ventre da mãe.
Odò Iyá
brincar de renascer,
flutuam no ar outra vez,
até se tornarem essa luz...
clarão de outra mãe que faz chover.
Do fogo nascer.
https://www.youtube.com/watch?v=p9UJjW4IpRA
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