Nasci quando folhas secas caíam pelas ruas e um pouco desse outono permaneceu em mim. Antes de aprender a ler acariciava livros como gatos de estimação. As estrelas estavam sempre desfocadas porque sou míope mas a minha solidão enxergava como se tivesse uma lupa pregada à minha mão. Meu pai me levava para ver aquários e minha mãe costurava poesia na imaginação. Por isso vivi sempre entre mergulhos em águas profundas para salvar peixes, e saltos mortais para alcançar palavras soltas que voavam da cabeça dela. Naquele tempo eu era uma atleta mas hoje só vou até à janela. Peixes e palavras saltam para minhas mãos.
Seus textos são belos mas, além da beleza das palavras, eles cativam, Ana Terra. Pode-se ver aqui a menina das águas e das letras.
ResponderExcluirUm beijo e parabéns.
luz do pôr do sol
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