E um dia, sem querer, a gente se apaixonou e quando a gente se apaixona não tem nem montanha alta que esconda, e nunca se deve esconder mesmo porque senão pode achar que se tem vergonha dela e aí some da vida da gente pra nunca mais voltar e isso é desgraceira maior ainda, paixão gosta de ser tratada como princesa e receber todas as honras por ter acendido uma luz em nossos olhos, essa que nenhuma montanha esconde. Mas meu marido que pensava que entendia de tudo que é sentimento nessa vida, chamou a gente num bar e falou, olhando nos olhos dele e depois nos meus, como você pode se apaixonar por um gay? E eu disse que não sabia que não podia, porque posso me apaixonar por tudo nessa vida e aquela princesa, é minha irmã gêmea.
Ana Terra
Magnífico texto, Ana Terra. Sua sensibilidade fina deixa derramar-se um sentimento que é cada vez mais raro neste mundo de busca de emoções fortes mas passageiras: a ternura, essa emoção pura que deveria reger nossas relações, sobretudo as amorosas, mas que é tão rara e difícil.
ResponderExcluirDifícil dar-se gratuitamente, pelo único prazer de esparramar carinho.
Se sua personagem o faz é porque seu coração assim sente.
Parabéns