Definitivamente o mundo não pode ser um campo de futebol onde estamos para derrotar o inimigo que carrega uma bandeira diferente da nossa e que assim também nos enxerga. A platéia de indivíduos reunidos como massa quando se dilui a consciência individual e entra em cena a sombra coletiva, inconsciente portanto, a projetar suas derrotas e vitórias pessoais nos pés, na voz, seja lá no que for, naquele que no momento está no centro da arena. O mundo não existe a priori, é uma construção permanente de interação nossa com o mundo, isso nos afasta da confortável condição de que não temos nada com isso. Como nos ensinam, Maturana e Varela, biólogos chilenos que revolucionaram o pensamento científico, a evolução da vida não se deu pela competição e sim pela colaboração. A linguagem verbal só poderia ser inventada em torno de convenções, acordos tácitos, práticas interativas. Enquanto nossa alegria depender da negação do outro, estaremos perdidos.
Ana Terra
Lindo texto, parabéns. Enquanto não aproximarmos da prática o discurso de palavras de ordem tipo: sustentabilidade, solidariedade, compaixão, que ainda não passam de modismos, o mundo ainda é um campo de bola roubada, de ataques gratuitos, de raiva e ódio, de adolescentes assassinados e lesionados. Cabe à educação e as políticas públicas capitanearem a mudança. Exercitar mais colaboração e cooperação nas estratégias educacionais de escolas, empresas e comunidades, que só incentivam competição e individualismo.
ResponderExcluirLucidez, pensamento claro e objetivo.
ResponderExcluirO ideal aí está, mas Parece quem só existe colaboraçāo quando se fala em estrepar o povo.
Sinto que o homem, como um todo, está muito longe disso.
Os séculos se sucedem, a humanidade evolui graças a alguns seres especiais e grandiosos, mas a galera continua, como em seus primórdios, a separar-se em tribos para exterminarem-se umas às outras.
Ainda falta-nos muito para chegarmos a um estágio só de colaboraçāo e de amor -sim, porque para isso é preciso amor.