Revistas femininas e livros de autoajuda sempre traziam fórmulas mirabolantes para conquistar um homem. Errei todas. Nunca poupei esforços quando queria um. Procurei numa lista telefônica até achar o número do telefone de alguém que me levasse a reencontrar aquele que conheci numa festa por acaso e conversamos tanto que parecia que nos conhecíamos há milênios; mas eu estava casada. Quando me separei, foi ele que quis. Outra vez, nos resquícios de sexo, drogas e rock and roll no Baixo Leblon, conheci um homem às 4 da manhã, bem embriagada, e foi esse que quis. Fui para a casa dele sem nem saber seu nome e adormeci feito uma criança em seus braços frustrando qualquer expectativa masculina de ter um fim de noite erótico. Mas o que ele se encantou comigo foi essa confiança irresponsável: e se eu fosse um bandido, um tarado? Mas você não é, eu tenho um anjo da guarda que não bebe. Nunca deixei o telefone tocar várias vezes para fingir que não estava ansiosa pelo telefonema. Atendo de primeira: Que bom, amor, estou morrendo de saudades. E compro a bebida que ele gosta mesmo sendo cerveja que odeio. E torço pelo time dele mesmo não achando graça em esporte. E gosto da família dele como se fosse minha. Descumpri todos os manuais de conquista mas com todos me casei.
Desculpe escrever algo que senti pois tive duas histórias assim sem beber nada ( não preciso sendo ciclotímica).Entendi algo que hoje aos 54 anos , sozinha posso ligar para essas pessoas e elas me amam como eu a elas.É uma sincronia de almas côncavas e nada conversas.Eles ou elas sabem quem sou e isso me basta.Obrigada por" Fragmentos de mim"-XVII Helena Brown
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